Ai, cansei, futuro!
Chega de saber o que me contagia e faz bem.
Quero o esplendor da morte lenta e derradeira.
Meu sangue jorrando na boca dos enojados!
E minha paciência com eles se esvaindo.
Eu quero uma imparcialidade do futuro!
Eu exijo que ele me deixe ver o que acontece comigo
O que me consome, corroe, constrói e se cala.
O que faz pulsar esse peito de carne até quase explodir.
Eu preciso saber o que me faz amar e amar e amar...
O que pede por reciprocidade e depois abandona.
Eu PRECISO saber de que se constitui essa ânsia
Eu quero o alarde e a saudade.
Tudo que me forma na sua mais intensa forma.
Assim, futuro, deixa-me morrer ao menos sabendo quem sou.
Que, se não sei, morro por não saber!