Desabafo II

Desabafo... apenas mais um de tantos.

É tão simples alguém entrar em nossa vida. Nos dar alegria, ânimo, paz. Querer tanto se aproximar conseguir. E quando consegue, você aos poucos vai deixando aquela pessoa ficar, fazer parte da sua vida, mais ainda, fazer parte de você. E você em uma entrega profunda dá sem medida. Você ama, cuida, respeita, divide tudo e quando você pensa que o elo foi feito de uma forma inquebrável, doce engano de uma alma doce e um ingênuo e puro coração.

Confiou tanto, acreditou tanto, se deu tanto e para quê?

As pessoas tendem a afastar justo aquelas que mais as amam e eu só me pergunto como isso é possível? Para quê entrou em minha vida?

Chegam como calmaria, brisa suave, gota de orvalho. Vão-se como tempestade, vento forte e água pesada sujeita a granizo no processo.

Devastam sua casa, aquela que você ergueu com amor, dedicação, plantou flores no jardim. Devastam sua vida, destroem tudo.

E o que sobra? Um vazio, um nada. Um sentimento de impotência, de fraqueza. Você não encontra nenhum sentido.

Ah mas você continua vivendo não é?

Vivendo? Chamam isso de vida? Não chamo de viver, chamo de sobreviver.

Recolher os cacos do coração e da alma, colar, fingir que ficou perfeito e seguir em frente.

Mas assim como objetos finos e delicados, quando se partem, você cola como pode e sempre fica uma grande porcaria.

Besteira tentar se enganar que está como novo. Até parece.

Mas um dia aparece outra pessoa e como mágica moderna, deixa tudo novo em folha. Tá isso é o que dizem né? Mentira. A pessoa pega uma foto, coloca na frente e por uma questão de pura ilusão de ótica, tudo parece bem.

Tá, vamos ver até onde eu aguento essa vida.

Vamos continuar jogando o jogo do:

Você finge que é verdade e eu finjo que acredito.

A única coisa que cura é o tempo, de forma lenta e co requintes de crueldade.

E quando cura você não esquece, apenas fica com as lembranças boas.