SÓ...

No espaço pisado por milhões de seres

Sinto-me só…

Como inquilino de estepes imaginárias

Onde tudo seca

Com a carência de outros olhares

Onde o meu respirar

É uma apenas gota do mar longínquo

Tudo fica resumido a pó

Que o vento se encarrega de espalhar

Transformando-me numa indecifrável múmia

Só…

No vale frio

Onde adormece a neve escorrida da montanha

Onde o riacho despeja lamúrias

Como que querendo falar com quem não tem voz

E que passa…

Com outras águas

Entoando a mesma canção

Também ele se sente só na imensidão do espaço

Já não sou único

Ele está condenado à solidão perpétua

Eu não…

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 05/12/2011
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