Inalterado

Estou eu a conviver com este sentimento que não sei dizer

Se for razão, qual será a sua determinação

Eu sei que alguns problemas me parecem ter

Uma parcela minha

De não saber como agir.

De prevenir, com a palavra

Um gesto feio em si

Pois eu sei que apesar de não haver culpado

Eu poderia ter dito

Eu poderia ter lutado.

Não deixei meus sonhos de lado

Isso custa, pois ainda estou aqui

E quem se foi agora não volta mais

Pois o caminho é seguro demais

Para se pensar em morrer

Por outra pessoa.

E se o lençol ainda estiver macio

E a enlatada lhe cuspir pra dentro

E ficar tudo azul, quase brando na TV

Pois quem de nós ainda tem tempo

Para não gastar, atua.

Para não correr

E permanecer inalterado.