Entre cigarros...

Era parte de algo maior. Essa neblina de nicotina.

Essas tristezas não são mais genuínas.

E eu sei que eu deveria alegrar-me e acender outro cigarro

Mas tenho medo do que possa tragar...

Por que sempre que acendemos um cigarro, pensamos.

E eu não quero ser engolida por idéias vindas do tabaco.

Aquela sensação de estar ruminando a morte

De estar se matando aos poucos, na respiração.

Talvez seja essa a graça.

Não há como não pensar em suicídio quando vejo o maço vazio.

É o vão entre a sanidade oriunda da integridade emocional

Versus a loucura da excessividade racional.

E a fumaça que não entra nos pulmões faz de mim uma assassina.

Então, qual é o pesar em fazer tudo isso, se estou consciente?

Pedirei ao meu psiquiatra um novo remédio, pois sim.

Alcatrão e monóxido de carbono na receita.

Na bula, uma restrição: Contra indicado em casos de supeita de psicopatia.

Hahaha! Seria genial! A culpa automaticamente se esvairia.

Espera, deixa eu acender mais um.

.

.

.

Então, como dizia..

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 09/12/2011
Reeditado em 09/12/2011
Código do texto: T3380091
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.