Viajem sem passaporte

Navio, alto mar, ondas formando curvas abrindo explosões aos meus pensamentos. Deitada, coberta por sentimentos intragáveis deparo me ao pensar na tristeza e na saudade que me traz certas lembranças. Nos teus olhos agora fechados eu via um mundo melhor, um mundo no qual eu e você fossemos rei e rainha governando tudo ao nosso olhar. Observo nuvens e o sol que insiste em me cegar, lágrimas correm e não há como evitar...

O que bate aqui dentro quer pular para fora, atirar - se em tamanho devaneio, e quanto mais tenta sumir mais consegue aparecer. Uma vez era nós dois, mãos dadas, respingos caíam e nossas pobres almas se deliciavam e curtiam o som que o orvalho sintonizava com pedras na brisa. Volta e meia o barco está só, pensando em nós. O marinheiro me pergunta o porque de não vir e eu respondo que não conheço mais aquele velho companheiro de viagens.

Agora é assim, vejo as ondas sozinha e elas desenham o teu rosto. Pudera eu voltar aos velhos e remotos tempos, queria você de novo... Infelizmente, não é possível, paro no cais e caminho atentamente até a outra margem, olho para o barco parado e sussurro: Outra vez sozinha.

Priscila Czysz
Enviado por Priscila Czysz em 09/12/2011
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T3380693
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