Sei das coisas

Entendo das coisas e acreditem, são muitas, tantas, várias que me perco em minha compreensão de vida.

Entendo a flor que morre, o encanto febril que passa, o desatino de querer, ter e perder, desatino novamente.

Sei do amor, aquele que de pronto foi muito preparado, e de tanto assim feito, se perdeu no retocar, sem habilidade maior que soubesse manter.

Aprendi a dor, aquela, que rasga o silêncio interior, que tortura a alma, e digo que aprendi, pois acredito plenamente que o ser e todo o ser, sem nenhuma exceção, em harmonia com sua natureza e propósito, não nasceu para sofrer e sentir tal dor. Apenas contaminamos nossa existência e propósito com o querer imaginativo do ego coletivo.

Perdi a paciência e fui gravemente cruel e infeliz ao esperar que meu corpo e mente fossem pacientes e soubessem o valor da calma e da tolerância.

Cai da árvore da vida de tanto necessário amadurecer, em tantas vezes e situações que quase me convenço a esquecer por vergonha própria em tanto demorar a isso.

Compreendi que entender é diferente disso. E entendi que não basta apenas compreender, também é necessário assim.

Na metade suposta de uma caminhada que em meu ver não haveria de ter fim, sei de tanto quanto preciso para entender e compreender que de fato preciso de muito mais.

Vou por ai, em bares, lugares, pessoas, mentes e amores, busco o tal mais que sei que existe e preciso, dentro e fora da vida, onde possível for, onde meus pés caminharem, onde minha mente alcançar e onde meu olhar puder transformar.