Interprete-me

Do rubro véu desesperançoso do meu conceito de paixão,

Considero-me marionete nas mãos do objeto desse sentimento.

Calada, num canto frio, branco, à parte do mundo.

Que gira e cai no centro dum desregulado antro de perdições.

Cega, direcionada apenas pela tal luz dos olhos teus.

( No escuro de meus sonhos mal interpretados )

E clamo pela misericórdia dum pássaro de gelo e fogo.

Que engole minhas momentâneas satisfações de luxúria.

E as transforma em ordinárias conversas.

Meu sub consciente te devora, degluta, rumina e expele.

Enquanto eu, aqui, me limito às palavras sem sentido, sem corpo.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 14/12/2011
Reeditado em 14/12/2011
Código do texto: T3389206
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