Interprete-me
Do rubro véu desesperançoso do meu conceito de paixão,
Considero-me marionete nas mãos do objeto desse sentimento.
Calada, num canto frio, branco, à parte do mundo.
Que gira e cai no centro dum desregulado antro de perdições.
Cega, direcionada apenas pela tal luz dos olhos teus.
( No escuro de meus sonhos mal interpretados )
E clamo pela misericórdia dum pássaro de gelo e fogo.
Que engole minhas momentâneas satisfações de luxúria.
E as transforma em ordinárias conversas.
Meu sub consciente te devora, degluta, rumina e expele.
Enquanto eu, aqui, me limito às palavras sem sentido, sem corpo.