O MOMENTO...
É um pedaço de nada que emerge do ocaso
Que vive escondido nas frestas da solidão
Quieto… imperturbável
Que tem personalidade própria
Nos contornos do abstracto
Não se mexe
Porque os seus movimentos
Podem gerar ondas de oportunismo
O momento…
Aquele toque
Aquela palavra que se diz espontaneamente
Aquele beijo inesperado que se recebe
Aquela carícia que nos alarga os olhos
De prazer
É o momento que tem o seu próprio momento
Que não faz parte de temáticas elaboradas
Nem de quotidianos medidos ao minuto
É o telefone que toca
Quando sobre a passadeira
Atravessamos para o outro lado
E sorrimos
Encurtamos o passo
Alheios aos protestos das vozes apressadas
O momento…
O pequeno instante alargado no tempo
A causa/efeito que nos descobre a outra face
De um corpo frio e mente automatizada.