Análise inapropriada

Jamais foi pura luxúria. Havia algo que derramava em mim, que não se contentava em me pertencer. Sabe? Aquela sensação de que você já fez tudo o que podia fazer. Não há atalhos possíveis para um carinho sincero. Existe apenas a amarga espera pela resposta.

Não que eu tivesse pedido por uma, mas quando alguém que você gosta diz que vai te dizer algo, vem um acanhamento.

E aquela vontade louca de dizer: " Não quero mais saber de palavras!" cala-se.

Por que, afinal, existem palavras que valem um beijo. Um abraço.

E por mais que eu sempre tenha que te procurar nas entrelinhas do que você diz, me consome a idéia de que talvez eu esteja procurando demais.

Talvez, não seja nada a mais do que o dito.

E a sua possível honestidade pode ser facilmente desacreditada por algo chamado falta de confiança.

Eu não confio em você. Não há motivos e você sabe disso.

Então, essa coisa que denominaremos aqui como paixão não morre por causa de suas palavras antagônicas a seus olhares.

Que seja. Ainda prefiro confiar n'algo que não pode ser premeditado.

Algo que você não pensou para escrever ou dizer. Algo que brota.

Ainda espero pelas palavras de resposta, claro. Mas que elas me levem de encontro à mais crível das mentiras ou ao mais fajuto antagonismo que você consiga demostrar.

Minha certeza do que você sente pode não ter bases além de pequenas percepções da minha parte. Mas ainda prefiro acreditar em minha análise sua, do que em você mesma.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 25/12/2011
Código do texto: T3405477
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