Meditação

“E foram sós num barco para um lugar deserto” (Marcos, 6:32)

Tuas mãos permanecem extenuadas por fazer e desfazer.
Teus olhos, naturalmente, estão cheios da angústia recolhida nas perturbações ambientes.
Doem-te os pés nas recapitulações dolorosas.
Teus sentimentos vão e vêm, através de impulsos tumultuários, influenciados por mil pessoas diversas.
É natural. Nossa mente sofre de paz, como a terra seca tem necessidade de água fria.
Vem a um lugar à parte, no país de ti mesmo, a fim de repousar um pouco. Esquece as fronteiras sociais, os controles domésticos, as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas inquietantes, as idéias inferiores.
Retira-te dos lugares comuns a que ainda te prendes.
Concentra-te, por alguns minutos, em companhia do Cristo, no barco dos teus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas...
Ele te lavará a mente eivada de aflições.
Balsamizará tuas úlceras.
Dar-te-á salutares alvitres.
Basta que te cales e sua voz falará no sublime silêncio.
Oferece-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e seus braços divinos farão o resto.
Regressarás, então, aos círculos de luta, revigorado, forte e feliz.
Teu coração com Ele, a fim de agires, com êxito, no vale do serviço.
Ele contigo, para escalares, sem cansaço, a montanha da luz.

Mensagem do Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier

Apresentarei o meu pensamento, a interpretação que fiz sobre a mensagem acima.

1- “Tuas mãos permanecem extenuadas por fazer e desfazer.”
“Teus olhos, naturalmente, estão cheios da angústia recolhida nas perturbações ambientes.”
“Doem-te os pés nas recapitulações dolorosas.”
“Teus sentimentos vão e vêm, através de impulsos tumultuários, influenciados por mil pessoas diversas.”

As preocupações do cotidiano e os atos da rotina cansam, estressam.
Ao nosso redor, as pessoas demonstram loucura, agonia, desequilíbrio.
Os momentos difíceis, as aflições, os problemas que sempre aparecem abatem e incomodam.
Nosso querer e sentir ressalta uma forte instabilidade, ou seja, não sabemos bem o que queremos nem o que sentimos.

2- “É natural. Nossa mente sofre de paz, como a terra seca tem necessidade de água fria.”

Necessitamos de “estar só”, alcançando uma serenidade que somente é possível encontrar no nosso âmago.
Eis a vital necessidade de parar, de aquietar, de encontrar respostas, de alcançar a paz, enfim, de meditar.

3- “Vem a um lugar à parte, no país de ti mesmo, a fim de repousar um pouco. Esquece as fronteiras sociais, os controles domésticos, as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas inquietantes, as idéias inferiores.
Retira-te dos lugares comuns a que ainda te prendes.”

É fundamental encontrar um local, uma paisagem, uma música, um livro, algo que nos “tire” dessa realidade angustiante, a fim de praticar nossa meditação.
Nesse momento, o que temos de realizar, nossos desafios, os problemas, as pessoas, tudo deve sumir.
Além disso, devemos tentar “apagar” as idéias e teorias que possuímos, pois a meditação propõe descobrir, compreender, conquistar. Isso não é possível se, por exemplo, desejamos reforçar ou ratificar o velho eu.
Mesmo as concepções saudáveis e corretas ganharão uma outra dimensão, portanto, quando alguém quiser praticar a meditação, deve antes se esvaziar para que possa ser preenchido.

4- “Concentra-te, por alguns minutos, em companhia do Cristo, no barco dos teus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas...”

O autor fala conforme sua religiosidade, porém podemos fazer uma oportuna adaptação dessa idéia.
No ato da meditação, podemos desejar “escutar” Deus ou Jesus.
Podemos também tentar uma harmonia com a natureza sem nenhum pensamento religioso, sem alimentar qualquer idéia de um ser superior, sem qualquer espécie de crença ou fé.
O objetivo da meditação continua o mesmo, não altera.
No caso específico, nessa busca profunda, nessa tentativa de plena harmonia individual, que é a meditação, ele, Emannuel, mergulha no seu âmago, conforme sua fé, contando com a presença de Jesus, querendo que o Cristo participe desse momento especial.
Podemos, entretanto, realizar a meditação com ou sem sentimentos religiosos.

5- “Ele te lavará a mente eivada de aflições.
Balsamizará tuas úlceras.
Dar-te-á salutares alvitres.
Basta que te cales e sua voz falará no sublime silêncio.”

Entre outras coisas, brotará uma sensação maravilhosa de alívio, suscitando a impressão de que as amarguras não incomodam tanto, perceberemos alternativas e saídas, teremos idéias de projetos a iniciar, enfim, não sairemos o mesmo se exercitamos com eficiência a meditação.
Novamente, há a idéia do autor de que Ele, o Cristo, suscita tais conquistas peculiares à meditação, porém tudo isso emerge do nosso íntimo, pois meditar é trazer à tona um manancial que, independente de crer ou não em Jesus, está latente no âmago de cada ser humano.
Se tais conquistas serão analisadas como Deus saindo de nós, como Jesus suscitando tais maravilhas ou como apenas a conseqüência natural do ato de meditar, tal entendimento vai variar conforme a religiosidade, crença e fé de cada pessoa que medita.

6- “Oferece-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e seus braços divinos farão o resto.”

É importante pensar em meditar para enfrentar a vida, jamais para fugir dela.
Devemos vê-la como uma preparação, como uma fonte de energias, como uma luz que guia, enfim, como a ajuda a que necessitamos constantemente recorrer para seguir adiante.
Imaginar a meditação como uma possibilidade de isenção ou como o guia para uma receita mágica é um grande equívoco. Ao contrário, devemos pensar que ela nos abastecerá para as batalhas da existência.

Aqueles que não pensam em Deus nem Jesus devem interpretar a frase acima assim:
“Entrega-te ao exercício da meditação, buscando a força e a sabedoria que ela suscita para enfrentar os desafios que certamente virão.”

Meditar é, então, ir ao fundo de um depósito, retirando de lá o alimento que vai nutrir o ser, permitindo que ele avance com coragem e determinação.

7- “Regressarás, então, aos círculos de luta, revigorado, forte e feliz.”

Se a meditação ocorre com eficiência, você continua, não desiste nem tomba.
Mais tarde você indaga: “Como eu consegui?”
Resposta: “Graças aos benefícios da meditação!”

8- “Teu coração com Ele, a fim de agires, com êxito, no vale do serviço. Ele contigo, para escalares, sem cansaço, a montanha da luz.”

Aqueles que não crêem devem entender que, após a meditação eficiente, estaremos tranqüilos, prontos para as realizações inevitáveis e os enfrentamentos naturais da vida. Uma sabedoria e serenidade farão companhia a nós, pois encontraremos as respostas, estaremos avaliando bem os fatos, descobriremos as melhores alternativas e sentiremos uma grande força dentro de nós.

Aqueles que crêem podem fazer a mesma leitura, agradecendo a Deus e/ou Jesus por tais conquistas.

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É importante compreender que a meditação nada tem a ver com um ato religioso ou de fé.

O convite da meditação é:

"Acalma tua mente, busca uma harmonia profunda contigo, descobre a força que tu carregas dentro de ti!"

Eis o que a meditação (segundo o meu pensamento) propõe.



Ilmar
Enviado por Ilmar em 30/12/2011
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T3413661
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