CAIXA FECHADA...
De cartão, madeira ou ferro
Tanto faz
A caixa dos meus sonhos
Das minhas recordações
Do tempo em que no meu quintal
Caía neve como chuva no arrozal
E eu, coberto até aos joelhos de um pequeno corpo
Fazia daquele manto lençol de êxtase
Muitas neves se seguiram àquela neve
Muitas chuvas e granizos desfizeram os trigais
Tantos sois os revigoraram
Que cresciam e amarelavam
Junto a mãos que acariciam as espigas
Não sei onde pára a caixa fechada
Se era de cartão terá sido desfeita pelas intempéries
Se de madeira, não terá resistido ao fogo dos tempos
Se era de ferro, perdeu-se a chave que deveria abrir
A caixa dos meus sonhos
Das minhas recordações…