CAIXA FECHADA...

De cartão, madeira ou ferro

Tanto faz

A caixa dos meus sonhos

Das minhas recordações

Do tempo em que no meu quintal

Caía neve como chuva no arrozal

E eu, coberto até aos joelhos de um pequeno corpo

Fazia daquele manto lençol de êxtase

Muitas neves se seguiram àquela neve

Muitas chuvas e granizos desfizeram os trigais

Tantos sois os revigoraram

Que cresciam e amarelavam

Junto a mãos que acariciam as espigas

Não sei onde pára a caixa fechada

Se era de cartão terá sido desfeita pelas intempéries

Se de madeira, não terá resistido ao fogo dos tempos

Se era de ferro, perdeu-se a chave que deveria abrir

A caixa dos meus sonhos

Das minhas recordações…

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 02/01/2012
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