ABRIGO...
Momentos de acalmia por vezes persigo
No leito lacrimoso do rio que desliza
Nos dias cinzentos em que corre uma brisa
E os braços no rosto são o meu abrigo
A margem oposta onde prolifera gente
Observa o vulto de quem fala sozinho
Ao longo da corrente vagueio, caminho
Idealizando a fauna que me julga demente
Longe a cidade empobrecida e aberta
Onde voltar é sina mórbida e certa
Esperança de vida ditada por lemas
Que o tempo pare na bruma que acolhe
Que o abrigo sereno só pare no molhe
Onde o rio furioso recusa as algemas