Solidão não prende alma

Solidão invade o quarto, transcede a alma, dilacera o coração. Nessa noite chuvosa, a saudade é companheira, não é qualquer saudade. É saudade de um tempo que não foi vivido, mas sentido, esperado, almejado. É saudade de momentos plenos, eternizados no inconciente, no ínfemo da alma, momentos que não foi possível vivenciar mas que se plenificaram na alma.

São nesses momentos de solidão que também meu coração pede consolo, meu ser busca aconchego e minh`alma busca um regaço acolhedor para repousar de sua exaustiva jornada.

É em momentos como este que viver se torna algo bem mais que um simples abrir e fechar de olhos. É como se a cada gota de chuva que bate na minha janela nessa noite chuvosa, fosse como pétalas de rosas, que invadem meu quarto e revigorando esse ser inócuo. Ah! Como é bom sentir o orvalhar da chuva recaindo sobre este ser, lavando essa alma, limpando suas impurezas.

Ainda não me cansei da jornada, como a águia que de tempos em tempos busca novo refúgio para se revazer, também essa pobre alma busca um lugar em que possa apenas renascer, em que possa retrilhar seu caminho e redirecionar suas metas.

Noite chuvosa, pensamentos que voam longe. Preso em seu quarto o corpo não vai onde a alma livre se esconde. Nem onde apenas almas se encontram e vivenciam o que o real não pode vivenciar. Nesses momentos encontro novas forças, novas diretrizes.

Continuo na busca, dessa busca só desisto quando meu ser estiver pleno, saciado.

Cristiane Libardi
Enviado por Cristiane Libardi em 10/01/2007
Código do texto: T342909
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