Psicologia do Desenvolvimento e Dificuldades de Aprendizagem

Em torno de dois anos de idade, a dentição tem grande importância para a criança nos níveis físico e emocional.

No processo de desenvolvimento do bebê há dois poderosos agentes para que a atividade diferenciada se estruture: maturação e experiência.

Engatinhar é extremamente importante na organização da orientação espacial.

A função postural está diretamente ligada a emoção e exteorização da afetividade.

Escrever, andar, subir escadas, desviar-se de obstáculos, arremessar objetos são algumas ações cuja qualidade depende de uma boa coordenação viso-motora.

Segundo o princípio céfalo caudal, o desenvolvimento humano segue uma direção, as partes superiores do corpo se desenvolvem antes das inferiores.

Há importantes fatores que influenciam o desenvolvimento motor do bebê. São eles muscular, neurológico e afetivo.

A capacidade de antecipar ações é denominada de representação mental.

A consciência do eu é um processo que se organiza junto à imagem do eu e o conceito corporal.

Alguns elementos da teoria de Piaget são hereditariedade, adaptação, esquema e equilíbrio.

Jean Piaget, estudioso do comportamento humano, centralizou seus estudos no desenvolvimento do tipo cognitivo.

Segundo Piaget, a adaptação, forma adequada para lidar com situações novas, ocorre por dois processos, são eles acomodação e assimilação.

Os fatores que explicam o desenvolvimento cognitivo são equilibração, maturação, experiência e transmissão social.

A passagem do período sensório-motor para o pré-operacional que permite à criança imitar gestos e situações presenciadas ocorre sempre através de atividades formativas.

O período pré-operacional se divide nos estágios pré-conceitual e intuitivo ou pré-lógico.

A teoria piagetiana afirma que o desenvolvimento do ser humano se processa através dos períodos:

1) sensório-motor;

2) período pré-operacional;

3) período operatório concreto;

4) período operatório formal.

No período das operações concretas, as operações que se constroem são de duas ordens:

Lógico-matemáticas e infralógicas.

O processo que produz coordenação entre a acomodação e a assimilação chama-se equilibração.

No período pré-operacional, o aparecimento da linguagem vem possibilitar a narrativa e a representação mental tornando-se, desse modo, um poderoso agente de socialização, adaptação, organização do pensamento e experiências mentais.

O estágio pré-conceitual (Jean Piaget) se caracteriza por pensamento egocêntrico, animismo, imitação diferida e linguagem egocêntrica, artificialismo.

Toda criança nasce numa condição de desamparo e dependência que faz dele um ser de necessidades fundamentais para que ele possa completar sua formação orgânica. Um dos agentes socializadores é central neste momento: Família.

Segundo Freud, os principais aspectos do desenvolvimento pessoal têm sua origem nos seis primeiros anos de vida.

A fase denominada, por Freud, de oral corresponde a fase de Erikson denomina de confiança X desconfiança.

O período que Freud denominou de latência corresponde ao que Erikson chamou de domínio X inferioridade.

O primeiro lugar determinado social e culturalmente que o ser humano ocupa ocorre antes do nascimento.

Segundo Rappaport, toda evolução mental caminha no sentido do ser humano sair da situação egocêntrica para uma percepção de interdependência social.

Sentir-se igual a todos os membros do grupo e, ao mesmo tempo, diferente de todos eles, foi chamado por Erikson de sentimento de integridade do eu.

A fase em que a criança desenvolve sua identidade como menino ou como menina, segundo Freud chama-se fálica.

Alguns fatores interferem na formação do autoconceito. São eles:

A) Autoconceito dos pais;

B) Forma de ingresso na escola;

C) Estrato social a que pertence;

D) Desempenho acadêmico.

A declaração "A criança é o pai do homem" foi proferida por Freud.

Segundo Gotevant, o conceito de identidade é usado para indicar a combinação de características de personalidade e estilo social pelo qual o indivíduo se autodefine e é reconhecido.

Vygotsky percebeu a linguagem como fundamental para o desenvolvimento da consciência de si e do social no indivíduo.

A psicologia social define a identidade como um construto social.

Os processos cognitivos são ligados à vida emocional e social dos indivíduos.

Orquestrada, sistematizada, integral, incisiva, participativa e descentralizada.

Segundo Flahault, a relação da linguagem com o real sofre a mediação das posições sociais de grupo e ou classe social.

Aristóteles considerou os adolescentes como apaixonados e irrascíveis.

A adolescência é um período do desenvolvimento humano que apresenta uma necessidade de reorganização do indivíduo nos campo bio-psicossociais.

Osório apresenta a alguns indícios do término da adolescência são eles: identidade sexual, relação de reciprocidade com a geração anterior, aquisição de valores pessoais, independência econômica e relações afetivas estáveis.

A linguagem articula dois universos aparentemente independentes que são os universos individual e social.

Conforme nos aponta Alicia Fernández em seu livro "Os Idiomas do Aprendente", o fracasso escolar é um fracasso na aprendizagem que está apoiado no sistema educativo.

Segundo Sara Pain, na produção da problemática da apredizagem intervêm fatores que dizem respeito aos seguintes aspectos: socioeconômico, educacional, emocional, orgânico e corporal.

No fracasso escolar o psicopedagogo deve intervir sobre as modalidades de ensino.

O Psicopedagogo Institucional deve orientar seu trabalho para uma intervenção e não para uma interferência, entende-se por intervenção a possibilidade de incluir um novo olhar, a busca por saídas possíveis.

A intervenção psicopedagógica numa perspectiva preventiva, não está dirigida diretamente ao aluno que apresenta fracasso escolar, mas se orienta para a escuta dos professores, suas angústias e dificuldades, e visa com isso criar um espaço de autoria do pensamento nos professores.

O Psicopedagogo ao criar espaços que permitam ao professor encontrar-se com sua autoria e apropriar-se de sua história, abre a possibilidade de que o professor resgate o prazer de ensinar.

O fracasso escolar se apresenta como um problema de "aprendizagem reativa", uma resposta à situação escolar, que não chega a enrijecer a modalidade de aprendizagem do aluno, no problema de aprendizagem pode-se afirmar que há um hiato entre a modalidade de ensino e a modalidade de aprendizagem.

A produção de maior valor do sujeito autor, não é o conhecimento que ele incorpora no processo de aprendizagem, mas o quanto será capaz de transformar a situação na qual está aprendendo, o que significa dizer o sujeito também é ativo quando transforma a situação educativa.

No processo aprender/ensinar se deve orientar, enfocar e valorizar os aspectos saudáveis mais do que a enfermidade.

A partir do enfoque no estabelecimento de relações com aspectos saudáveis mais do que com a enfermidade é importante que se inclua nas ações de prevenção à dificuldade de aprendizagem a aproximação

escola e família.

Rubinstein, no livro "O estilo de aprendizagem e a queixa escolar" afirma que a aprendizagem é predeterminada por uma aprendizagem informal.

O educador e o psicopedagogo podem dirigir sua atenção para as funções egóicas, mas ao considerar o sujeito da aprendizagem devem levar em conta a existência do inconsciente.

Sara Paín destaca que para fazer o diagnóstico de um problema de aprendizagem, deve-se considerar alguns fatores tidos como relevantes, são eles fatores orgânicos, específicos, psicógenos e ambientais.

Podemos dizer que o fracasso escolar afeta o sujieto em sua totalidade, afetando, inclusive, o ser social do sujeito.

Anny Cordié afirma que na fonte de todos os bloqueios, encontra-se o mesmo fenômeno de paradas nas operações do pensamento, fenômeno que é chamado de inibição.

Sara Paín no livro "A Função da Ignorância", aponta duas possibilidades para dar conta do comportamento de não aprendizagem, seriam elas a ignorância como inibição e como sintoma.

Sara Paín ressalta que o papel do educador deve estar voltado para o resgate, a devolução ao aluno do interesse de aprender.

Qualquer trabalho voltado para a prevenção e ou superação do fracasso escolar deve considerar a importância de alguns elementos nesse processo, seriam eles o educador, a escola, a família, a equipe pedagógica.

Com relação ao processo de qualificação dos professores, ressaltamos a necessidade de se valorizar a formação continuada.

Dentre os pontos considerados indispensáveis para se trabalhar o fracasso escolar, numa visão preventiva, podemos citar qualificação dos professores, promoção de espaços de discussão para professores e alunos, aproximação entre escola-família.

De acordo com Bloom, Hasting e Madaus,a avaliação apresenta três funções, são elas: de diagnóstico, controle e classificação.

Na visão de Bloom e seus colaboradores, quando a avaliação determina a presença ou a ausência de habilidades e ou pré-requisitos, identifica as causas de repetidas dificuldades na aprendizagem, ela tem a função de diagnóstico.

A avaliação que localiza, aponta, discrimina deficiências, insuficiências no desenvolvimento do ensino-aprendizagem para corrigi-las e que informa ao aluno e ao professor sobre os resultados que estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das atividades, propicia a oportunidade do alcance dos resultados desejados, tem função de controle.

Bloom, Hasting e Madaus dividem a avaliação em três modalidades, são elas: diagnóstica, formativa e somativa.

A modalidade da avaliação que busca identificar insuficiências principais em aprendizagens iniciais, necessárias a realização de outras aprendizagens, que providencia elementos para, de maneira direta, orientar a organização do ensino-aprendizagem em etapas posteriores de aprendizagem corretiva ou terapêutica e que deve ocorrer frequentemente durante o ensino, é chamado de formativa.

Na visão de Jussara Hoffmann, os equívocos que se estabelecem em torno da prática da avaliação têm como consequência a dicotomia entre educação e avaliação.

Para que a avaliação possa ser um processo construído, pensado e não uma ferramenta de controle e punição, é preciso oportunizar espaços que permitam a construção de autoria de pensamento por parte dos professores, a partir do questionamento e reflexão de sua prática.

A participação do psicopedagogo na promoção, dinamização de espaços de discussão, reflexão dentro da escola, principalmente com os professores, é indispensável para que a avaliação possa ser pensada numa perspectiva promotora e não setenciadora.

A avaliação quando serve como fonte de observação e investigação, favorece e amplia as possibilidades próprias do educando, oportuniza situações enriquecedoras de aprendizagem, perde seu caráter de julgamento de resultados e exclusão porque é concebida como indissociável da educação.

Jussara Hoffman em seu livro "Avaliar para promover" ressalta a importância da construção, por parte de cada escola, do seu projeto político-pedagógico, do seu planejamento didático, mas adverte que estes são apenas rumos traçados e que outras variáveis irão redirecionar esses rumos, como exemplo dessas variáveis, a autora cita aprendizes em processo de conhecimento, docentes em trabalho pedagógico e a dinamicidade da experiência educativa.

Para o processamento adequado das informações, quatro áreas são consideradas básicas, são elas: atenção, percepção visual, processamento da linguagem, coordenação motora fina.

Atualmente, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é considerado um problema diferente do das dificuldades de aprendizagem, ainda que, durante o curso do transtorno, apareçam baixos aproveitamentos acadêmicos.

Estudantes com deficiência da percepção visual apresentam dificuldades para reconhecer, organizar, interpretar e ou recordar imagens visuais, podemos citar como exemplo, com relação à leitura os seguintes sintomas: confunde letras de aparência similar, inverte palavras, tem dificuldades de encontrar letras em palavras, palavras em sentenças, dificuldade para reconhecer palavras que vê, embora pronuncie corretamente.

As crianças que apresentam um vocabulário menor, uma fraca consciência gramatical, que tendem a utilizar sentenças mais curtas, que confundem palavras com som similar, e que muitas vezes dão sinais de que não conseguem entender o que foi dito, podem estar apresentando deficiência na área referente o processamento da linguagem.

O transtorno que está relacionado com a compreensão, com a dificuldade de processamento da informação, que é considerado transtorno específico da leitura, denomina-se dislexia.

O transtorno da expressão escrita que está relacionado com o processo de aquisição do sistema ortográfico (discriminação das letras, correspondência entre som e letra) denomina-se disortografia.

Dificuldade em recuperação de números da memória, dificuldade de realizar cálculos e cumprir tarefas que envolvam o raciocínio lógico e análise, são sintomas típicos do transtorno chamado discalculia.

O transtorno da expressão escrita relacionado aos aspectos grafomotores (motricidade fina, organização espacial) é denominado disgrafia.

Falar tardiamente, apresentar dificuldade para pronunciar alguns fonemas, para incorporar palavras novas ao vocabulário, para fazer rimas, para brincar com o som das palavras, além de não conseguir modular a voz apropriadamente, são sintomas de transtorno da comunicação (linguagem) que comprometem competência linguística (estrutura da língua).

Embora as dificuldades de aprendizagem possam apresentar uma base biológica, o que determina a gravidade do impacto da dificuldade é o ambiente familiar e escolar.

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 12/01/2012
Reeditado em 12/01/2012
Código do texto: T3435759
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