A vida é um castelo com muitas portas

A vida é um castelo com muitas portas. Metades do bem, metades do mal. Alguns homens, quando nascem, recebem-nas todas abertas. São pessoas de muita sorte, para quem a deusa Fortuna sorriu já desde muito cedo, cabendo a esses homens apenas o trabalho de escolherem as portas do bem, evitando as do mal, se quiserem ter vida longa e feliz.

Há outros homens de sorte excepcional. A estes cabe inexplicavelmente o direito de receberem o castelo da vida com todas as portas boas abertas e com todas as portas más fechadas. A eles não cabe nem o trabalho de escolherem entre o bem e o mal, o bom e o mau.

Mas, para a grande maioria dos mortais a fortuna não sorri. Estes, quando nascem, encontram todas as portas boas fechadas e todas as portas ruins abertas. Estes homens são, desde sempre, desgraçados. A eles cabe a árdua tarefa, se quiserem, de separar o joio do trigo, para conquistar algum bem na vida. Esta tarefa consiste em procurar em um paiol com milhões de chaves aquela que abre, a cada vez, cada uma das portas; isso porque para cada porta há sempre uma chave diferente.

Cada chave é, na verdade, uma palavra. Assim, cada porta só é aberta a cada palavra certa, escolhida entre milhões de palavras erradas. A vida é assim. Para cada porta a ser aberta pelos simples mortais há uma palavra-senha. Esta senha está misturada entre milhões de palavras-chaves falsas. A cada um, de acordo com sua decisão, cabe pôr-se a caminho ou não.

18/01/2012