Nas entranhas do coração humano

Somos incapazes de prever e calcular as ações motivadas pelos sentimentos gerados nas entranhas do coração humano. Nós, os seres humanos, somos imprevisíveis, passíveis dos sentimentos mais nobres, mas também dos mais crueis. Nosso coração é uma floresta escura e misteriosa, cheia de passagens traiçoeiras, recantos intocados, desconhecidos, hostis.

Nesses recantos mais obscuros, formam-se nossas emoções, amores e ódios. Impossível medir sua força, sua intensidade sobre os nossos pensamentos, nossas ações. Que devemos fazer? Negá-los, escondê-los, lutar para reprimi-los? Isso não equivaleria a mentir, a não querer aceitar o que, no fim, é parte essencial de nossa personalidade, independentemente de gostarmos ou não?

Vivemos em luta constante, principalmente contra sentimentos negativos, mas eles existem, são parte nossa. Talvez escondê-los ou reprimi-los nos mutile porque, afinal, cada ser humano é um todo, constituído de muitos aspectos, complexos e, às vezes, incompreensíveis.

Precisamos, então, aceitar estes nossos sentimentos, tentar entendê-los e nos reconciliar com eles pois, nós não os escolhemos, apenas os sentimos, da nossa maneira única, peculiar. Não poderemos sentir nunca de outro modo que não o nosso. Entendamo-nos, aceitemo-nos e sejamos, simplesmente, como somos.