Das Plumas De Uma Corsa Ao Olhar Do Gato Negro

Um assopro me tomou ao amanhecer do dia de ontem

Nao percebi-o até me doer a face, me tomar em palidez

Eu estava só, por mim mesmo, guardado em devaneio

A cogitar uma possibilidade de loucura, sei lá, só não queria continuar daquele jeito

Minto! Até queria continuar viajando pelas ondas daquela corsa

Ou mesmo me arrepiar em frio ao me imaginar incinerado pelos olhos de um gato

Mesmo assim...

Muitas vezes, ao nos levantarmos de um sonho gostoso nos sentimos

Presos por seus laços de prazer que nos concede

Nem queremos voltar a viver

Não se, até sim, compara ao sonhar induzido pelo ilícito

De fato, muitas vezes preferimos continuar a dormir ao viver a vida

E ver gentes que não teremos, talvez teríamos, e falta força para lutar.

O raiar do Sol numa manha morna é coisa linda

Mais ainda, o arriscado iluminar de uma Lua vermelha na noite serena

Caramba meu! Muito bacana! Delirante! Sonhador! É vida!

E vida é muito bom também, nossa, e como

Sobretudo aos sortudos possuidores de loucura

Os loucos são felizes, normais também, e alguns idiotas

E esse viver os aceita muito bem, nem precisam mudar nada...

Mas tem aqueles que se contentam (parece que se contentam) com algumas gostosuras verdadeiras,

E esses são obrigados a mudar, para se adequarem à realidade

Só que ninguém pensa que transformar seu eu interior

Sua verdade

Sua opacidade

Seu corpo

Seu coração

Muitas vezes é dificil...e dói...

Quando nuvens cinzas encontram raios opacos de um Sol vergonhoso

Eu me encontro assentado, assistindo, na rodovia, voltando da luta

É muito legal...até comento...e faço letra...

Esse momento me puxa pra dentro de mim

Me estende um lençól, e me serve café, e me convida a conspirar

E em meu devaneio encontro paz gostosa

Nem me percebo alcançando meu lar

Ai tudo acaba

Acaba não, minto

Tudo fica guardado pra mais tarde na noite.

Quer saber o que está guardado sob as plumas de uma corsa,

E por detrás do olhar magnífico de um gato negro

Ou dentre aquelas nuvens cinzas

Ou sob os raios da Lua vermelha?

Te digo: Amor.

Wess Thorns
Enviado por Wess Thorns em 04/02/2012
Código do texto: T3479726
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