ENQUANTO HOUVER CARNAVAL

Cheguei atrasada para o carnaval da vida.

Não falo a língua do bloco do amor.

Na luta pela existência emudeci, saí à francesa.

Aquela lágrima de canto de olho

Virou enfeite da máscara das vendettas

Escondendo a dor da fuga.

Sou estranha ao mundo real e, desafino nesse carnaval.

O cordão dos mascarados já toma a avenida.

Não há estandarte para quem se esquiva.

Besteira nenhuma, só fantasias povoam as esquinas.

Nada se tem quando o nada é o que se exige.

Sinto no ar o aroma dos ratos e baratas que me solicitam

Para o banquete deste entrudo final.

Regina hoje e sempre
Enviado por Regina hoje e sempre em 08/02/2012
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