A BARCA DOS DELÍRIOS...
Navego numa barca
Por mares de branda quietude
Dias e noites que o tempo me sufraga
Vejo sóis, vejo luas, neblinas
Sem horizonte que mostre o fim do meu caminho
Isolamento que traça delírios
Testemunhados por aves em voos sazonais
A barca balança
Como o girassol dança batido por suave vento
No ar um sopro de constante presença
O meu ego eleva-se ao mais alto patamar da magnitude
Sou dono de um espaço terrestre submerso
Todas as atenções incidem sobre mim
Porque sou único naquele pedaço de mundo
Sou quem faz ondas onde devia ser planície
Sou quem respira no imenso lago de natureza morta
Onde as únicas palavras são o ranger da madeira onde me sento
Deixai deambular a barca até tocar o molhe do próximo porto
Onde o sonho termina em sintonia com o silêncio
Onde volto a ser prisioneiro de convenções
Com sóis, com luas e neblinas
Sem a áurea de ser livre em mar aberto