Essa tal felicidade...

Me coloquei por esses dias a pesquizar sobre essa tal felicidade. Talvez pelo incentivo a mais que o natal e a virada do ano acabam proporcionando. Talvez apenas por ser a felicidade o objetivo de todos nós a cada instante, a cada inpiracão...

Passei então a olhar mais profundamente à minha volta. Sabe o que vi? Vi muitos momentos de pura felicidade acontecendo com todos e a todo momento, mas passando desapercebido como se fora um indesejado desconhecido com quem evitamos trombar.

Há, quantos beijos calorosos de filhos eu não vi?! Quantas ofertas de carinho de amigos, quantas conversas descompromissadas que muito poderiam acrescentar eu não vi... Serem jogadas como folhas ao vento?!

Então pensei se não fazia o mesmo. Passei a prestar atencão a meus próprios atos e àquilo que acontecia à minha volta.

Acabei por descobrir que sabia apreciar uma semana de chuva, deixando-me atingir pela melancolia que por vezes ela pode trazer, mas que não sabia contentar-me com um belo dia claro, de sol morno e convidativo. Não estava mal, mas eu não via estar bom. De repente descobri quantas flores poeticamente se abriram à minha passagem, mas eu não vi, preocupada com a prestacão do carro, ou com a viagem ao Brasil...

Hoje, minha percepcão me fala de duas felicidades. Uma, utópica, outra tão real que quase é palpável. Eu vivia atrás de uma felicidade utópica: A felicidade auto-condicionada. Eu serei feliz quando estiver em visita ao Brasil com aqueles que amo e que lá estão. E quando eu chego ao Brasil, realmente sinto felicidade. A felicidade de rever aqueles que amo, mas como foi dito, é apenas quando eu chego. Porque no dia seguinte, felicidade para mim passava ser terminar de pagar as prestacões do meu carro. Mas quando acabava, também isso não me satisfazia. Felicide então passara a ser algo que chegaria quando eu comprasse minha própria casa.

A outra forma de felicidade é cultivada, como uma bela e extremamente delicada flor. É saber que felicidade é aqui e agora, com problemas ou sem problemas. É preciso ter olho para ver, e mãos para sentir. Felicidade vem de pequenos atos e acontecimentos do dia-a-dia, como o primeiro namorado de seus filhos, seu A no boletim, um dia ensolarado, uma onda quebrando, o vento soprando seus cabelos, o canto de um pássaro no despertar da manhã...

Felicidade se sente, e mais: Se pressente.

Monique Freitas
Enviado por Monique Freitas em 18/01/2007
Reeditado em 18/01/2007
Código do texto: T350915
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