BALADAS...

Ao som das baladas que o vento me traz

Como trovas de arrepiar o pensamento

E me deixam inerte qual corpo em transição

Permito que o momento me trave os sentidos

Tal como quando te toco e o mundo se restringe

Numa praia de inverno que te regela os braços

E te mantém o coração quente na lareira do desejo

Baladas suaves como brisa em quietude

Vozes vindas do fundo como ecos ansiosos

Carentes de cumplicidade na procura de outras vozes

Caladas porque balada é silêncio

Onde os olhos têm a pronúncia de mil dialectos

Onde as mãos são o albergue das areias que nos tocam

E as carícias a doce leveza de um momento único

Baladas

Sinfonia do meu olhar

Do teu olhar

Em uníssono

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 21/02/2012
Código do texto: T3512005