Você

Essa é para você, que não sabe ser coerente:

Tenho vontade de te estrangular em meus braços,

Só para te ter por perto, sem precisar ouvir o que você acha que deve dizer.

Estamos perdidas, cada uma ao seu modo.

Você tem esse jeito, esse acalanto, essa languidez

Que me deslumbra e cria penumbra nos passos meus.

Você, que não sabe o que quer, mas insiste em continuar falando.

Você, que se contradiz entre venha e vá.

Quase que ao mesmo tempo, te vejo no meu futuro e num túmulo.

Você, que está entre o escárnio e o carinho.

E eu sinto o cuspe minutos depois do afago.

Doce ou ácida, só pedi que viesse.

Não, não quero mais saber do que você acha que sente.

Do que você acha que eu sou para você

E do que você acha que você é.

Deixe seus credos, definições e certezas de lado.

Você, que não consegue me deixar em paz

Você, que acha demais, especula demais, supõe demais.

Pára! Senta! Sinta! Aja com seu coração uma vez!

Não quero teu mal, mas teu bem longe de mim, não me interessa mais.

Você, que me fez ser egoísta ao extremo,

Quero que se cale numa lágrima de contentamento.

Assim que eu te estrangular em meus braços.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 24/02/2012
Reeditado em 25/02/2012
Código do texto: T3516605
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