O tal coração
Há os que veem no coração a raiz de todo sentimento. São românticos, emotivos e estão sempre vendo o amor no ar. Vivem suspirando, olhando pra um ponto além, dizendo coisas melosinhas.
Há os que veem no coração uma boa oportunidade pra se ferrarem. Por isso, evitam usá-lo. Se o coração começa a disparar, sentir algo mais forte, já aperta o pause e chama a emergência, sob a suspeita de loucura à vista. Envolver-se? Nunca! Esse lance de amor é uma furada, sempre.
Há os que só veem o coração e nada mais. O órgão lá, batendo, não por amores, mas pra manter o corpo vivo. Batidas contadas. Se disparar, nem vem com essa de “ai que lindo, to apaixonado”, se toca, é só uma disritmia.
Há os que são um pouco de cada, equilibradamente.
E há os que não tão nem aí pra isso tudo. Apenas existem, e de coração, não querem saber nada, nem mesmo desse que bate no peito.