Pós Hell com Bárbara Paz

Depois de ver Hell, eu tive apenas uma certeza: Eu quero estar lá. Sim, lá em cima, no palco. Me corroí inteira ( acreditem, INTEIRA) por desejar ser a Bárbara. Não naquela peça, naquele humor ácido que poucos pegam no ar esfumaçado, bom, não necessariamente. Mas ser o que ela é.

Saí da peça com vontade de ter um palco pra mim. Nem platéia seria necessária. Por hora, surtei no banho e criei um monólogo próprio, algo mais subjetivo mesmo. Mas sei que não será o bastante. Afinal, o que eu quero ser?

Uma cientista social frustrada que faz da vida uma grande cena dramática ou uma atriz que jorra subterfúgios em lágrimas e gargalhadas a serem vistas, criticadas, adoradas? Me dói ter dúvidas, de novo, sobre o que eu sou, sobre o que eu quero ser.

MOMENTO DESVAIRO:

É sempre mais fácil ser alguém que você não é.

Por que quando criamos uma persona para apresentá-la como nós mesmos, retiramos as partes que nos incomodam. Tiramos aquele problema com a mãe. A depressão do ano passado. Tudo que envolve a auto-estima. Enfim, somos mais felizes não sendo nós mesmos.

Agora, quando se trata de algo que não nos incomodariam, por que subtrair isso da sua personalidade?

FIM

Mas, mais do que nunca, eu admito como se tirasse uma farpa de dentro de mim: Sou, independente da profissão, artista.

E eu quero estar lá no centro, lá, pra ser julgada.

Eu não quero ser reconhecida pelo que eu escrevo, pesquiso ou leciono. Lamento.

Quero ser reconhecida pela capacidade de ser várias além de mim.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 26/03/2012
Código do texto: T3576099
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