A grandeza de uma gota
Gosto de olhar o mar quando estou triste, pois a diferença entre a imensidão dele e a pequenez de algumas pessoas me conforta e me deslumbra (sempre fui arrebatada pelas contradições). Ele pode sempre ter o humor que quiser, sem se importar com o que possam comentar sobre ele e isso é digno de louvor. Pode estar sereno ou selvagem que seu tamanho parece ser sempre o mesmo... Consegue se limpar quase sempre sozinho, sem apelar para a conversa batida de que vai continuar coberto de sujeira porque não foi ele que se emporcalhou. Ele reconhece-se responsável até pelos erros que não pratica, mas eu não sou mar, não sou Deus...
Tomo para mim só o que me cabe e nada mais. Não sou obrigada a conviver com pessoas dissimuladas, doentes, que acham bom tentar manchar quem se aproxima para ajudar só para que a própria sujeira não discorde de todo o restante. Acham, inutilmente, limitados que são, que dá menos trabalho macular outrem com suas podres e pobres distorções e inversões a remover a sujeira de si próprias! Absoluta parvoíce!
É por isso que continuo tentando combater a hipocrisia, a falta de sensatez e a falta de bom senso com elementos que são contravenenos, paradoxais a elas, independente do que pensam ou digam, pois grande eu sei que sou, tanto quanto o mar, ainda que eu me sintetize em só uma gota. E gota límpida, nua, clara... e isso, ainda mais num mundo cada dia mais cheio de gotas manchadas com sujeira, faz toda a diferença... ao menos para o mar! E isso, agora, me é suficiente.