Não creio em perdão


Não creio em perdão, simplesmente porque ele não muda em nada o mal que foi feito.
 
Se fiz o mal, não mereço perdão, mereço punição firme, e se for o caso reeducação, mas jamais perdão, posto que devo ser medido e valorado pelos atos que faço, e o perdão de quem quer que seja não muda os possíveis males e mazelas que deixei para os outros. O possível sofrimento que acarretei a seres irmãos em espécie, não será apagado por nenhum perdão. O sofrimento destas pessoas é intransferível, e por isto eles merecem a justiça da correta punição.
 
Se me fizeram o mal, jamais os perdoarei pelo exato mesmo preço com que aceitei ser julgado e punido, exijo o mesmo para quem quer que seja. Jamais o perdoarei, posto que ninguém é digno de perdão, sim de ajuda, amor ou em casos específicos justa punição. O sofrimento que sofri será somente meu, e nenhum perdão, por mais bonito que seja o seu sentido e a sua imagem recuperará este sofrimento. Não guardarei rancor destrutivo em mim que precise dele me libertar pela falácia bonita do perdão. Exigirei justiça e digerirei ao longo do tempo a dor, que passará a ser lembrança, mas jamais esquecerei o mal sofrido, posto que fará parte de minha experiencia do viver. Como diz um amigo meu, quem bate pode esquecer, mas quem apanha, jamais esquece. 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 15/04/2012
Código do texto: T3614665
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