Alma dilacerada

Fazer de conta que esta tudo bem... Será que isso transforma as coisas? Em um buraco gélido... O mundo todo se resume em escuro... Minha mente consome todo o seu potencial... Sempre soube... Desde sempre... Para sempre...

Que palavras não comprariam o silencio, não trariam a honra de volta e não fariam as coisas sumirem...

Muito mais do que antes... Dói.

Eu sou apenas um pequeno pedaço... E eu vou voltar a ser adubo.

Novamente lagrimas amargas na garganta e não nos olhos... Pessoas queridas são esquecidas com facilidade.

Pessoas malignas reinam para sempre... Temendo o medo eu me tornei um demônio.

Sempre segurando meu coração com cuidado para que não caísse no chão eu o joguei no vento... Para que nunca mais retornasse para mim... Existem apenas pedaços de pessoas no ar agora... Fragmentos familiares... E detestáveis... Como uma pequena mancha que não some... Pessoas esmagadas pela vida.

Retirando de meus ombros o peso de ter vivido, eu abraço a morte... Talvez na solidão mais ingrata de todas... Eu me sinto repulsiva.

Eu sou realmente um ser miserável digno de aplausos e vaias.

De alguma forma estamos apenas sendo falsos, verdadeiros e amargos? Vida humana.

Sou eu agora um simples feto em uma mãe que deseja abortar... Antes jamais ter conhecido a vida... Não desejo mais saber o que eu sei... Nem o que aprendi... De alguma forma os rostos se apagam.

Se tudo se tornasse poeira... Eu desejo ser livre de mim mesma... Apenas partir... Fugir... Eu quero correr.

Para longe de mim mesma... Dentro de uma alternativa realidade.

Amando e odiando... De alguma forma... De alguma forma sentindo sem parar...

Mas que desprezo eu sinto de mim mesma agora... Palavras sopradas contra meu rosto... Eu desejo mais do que tudo parar de ser assim...

Tremendo nem de frio e nem de medo... Trememos de inveja...

Ai que dor... E dói e fere... E corta...

Minha alma dilacerada em meio a tanto teatro... Quando partiremos para verdadeira realidade? Quanto tudo isso vai ser real?

Eu preciso sentir... A dor que acalma minha mente...

Dayana Luiza
Enviado por Dayana Luiza em 30/01/2007
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