O simples é complicado

Sempre tentei entender o sentido das coisas e desisti no meio do processo. São várias as perguntas que habitam minha mente, mas como sei que não alcançarei uma resposta satisfatória a nenhuma delas, deixo-as em um arquivo morto, para serem reabertas quando me for conveniente. Parece-me que esta hora chegou.

Vamos lá, o amor. Que raios é isso?! Tão facilmente confundível com paixão, admiração, amizade e atração física. Como conseguir dizer com toda a certeza que se ama alguém? Eu nunca vou ser capaz de dar um parecer imutável sobre isso, apesar de ter certeza de que amo algumas pessoas que fazem parte da minha vida, pouquíssimas, diga-se de passagem. Já acreditei que amor fosse um só pra vida toda, já acreditei que amor fosse algo parecido com dependência e, principalmente, passei um bom tempo associando amor ao sentimento de posse, de tão familiar que este sentimento me é. Hoje em dia eu aprendi que não há vários tipos de amor, ao contrário do que muitos dizem. Pelo menos em minha opinião, amor é um só. Amor de mãe não é diferente de amor de amigo, que não é diferente de amor de namorado. A diferença está nos sentimentos que vêm acoplados. Baseada em experiências próprias, a definição que mais me convence é aquela que diz que se ama quando se quer estar com uma pessoa sem qualquer motivo aparente. Simplesmente isso. Quero estar contigo porque me faz bem à alma, independente do meu estado de espírito. Quero te ver mesmo naqueles dias em que estou de mau humor, sem vontade de sorrir, de dar satisfações. Isso me faz feliz e pronto, então eu te amo, na minha concepção. Sem “por que”, sem “se”, sem “será?”. Fim de papo.

Tão simples como este conceito não é a mente humana. Porque é exatamente quando alcançamos este sentimento, disfarçadamente simples, que nos damos conta do quanto é bom, do quanto é raro e do quanto não queremos outra coisa na vida. E o medo de a outra pessoa não estar nesta mesma sintonia e começar a se incomodar com toda essa necessidade de manutenção do que se tem? E se não for o que ela quer ainda, ou pelo menos, se não for o que ela quer com você, e então começar a procurar em outro o que não vê em você: reciprocidade (sim, porque você acaba dando mais do que ela precisa). E quando você se depara com outra pessoa tentando “invadir a sua área”? A vontade é de matar a pessoa que está se aproximando e a pessoa que você ama, por estar te colocando indiretamente nesta situação. Não seria muito mais fácil não amar e não sofrer?

Já diziam os mais espertos, o segredo de tudo está na ponderação, no meio termo. Muito lindo extravasar, colocar o preto no branco, falar o que pensamos. Mas na prática, isso não funciona tão bem. Temos que escolher entre nós mesmos e o que queremos para nós.

E agora, José?

Thaísa Águia
Enviado por Thaísa Águia em 27/04/2012
Código do texto: T3636552