Como nossos erros podem nos ajudar a seguir numa direção de maiores acertos.

Às vezes, somos tão profundamente teimosos que desconsideramos que muitas coisas não dependem de nós, simplesmente porque não envolvem só as nossas capacidades e vontades. Envolvem as capacidades e vontades do outro. Excesso de motivação pode nos deixar desatentos para esse detalhe.

Quando tudo parece viável em nossa mente, julgamos que seja assim para todos. Não vemos dificuldades, então por que o outro veria dificuldades? A questão é que muitas vezes não podemos considerar que aquilo seja um obstáculo para o outro, uma circunstância quase que intraduzível no mundo dele.

Creio que não devemos sabotar a nossa motivação, mas ajustá-la ao que encontramos pela frente. Analisar melhor com quem estamos lidando, com o emocional das pessoas, averiguar melhor se aquilo é traduzível e viável no mundo delas, antes de nos frustarmos achando que aquilo será recebido numa medida equivalente à força de nossa motivação.

Vivi essas circusntâncias por longo tempo em minha vida, e sempre me deparava com um muro alto demais porque ignorei esses detalhes. Só conseguia ver a motivação piscando fortemente e seguia com toda força e coragem que me eram possíveis. Uma impetuosidade não recomendável, pois ao deparar-me com barreiras só haviam duas opções: ou a pessoa poderia ser tocada e entraria comigo naquele mundo de desafio e felicidade ou ela me olharia e diria: quem é essa louca que acha que pode alterar as coisas em meu mundo?

Felicidade, sentir-se bem, sentir-se fluído e livre para tentar são coisas muito pessoais. Não é porque nos sentimos assim que os outros irão se sentir. Essa frustração diante da sobriedade do outro, porque ele não vibra como nós, ele não "sai do chão" por alguns segundos que seja, é inevitável em pessoas que tem essa tendência em achar que todos vão se sentir com o mesmo nível de motivação que ela.

Não gosto de dizer " eu e os outros", gosto de dizer " eu junto com eles" pois, não me sinto separada das pessoas pela carga que todos nós carregamos que é de uma psique profundamente intricada com seus aspectos a serem trabalhados ou até mesmo reforçados. Porém, nesses casos, temos que unir o que é possível e libertar o que não é.

Não é uma tarefa fácil para mim libertar o que não me corresponde, e acho que para a maioria das pessoas não deve ser também, principalmente quando gostamos das pessoas , mesmo com essas dificuldades. O fato é que temos que respeitar a nós mesmos, e frustração é um sentimento péssimo. Um corte ruim dentro das perspectivas tão empolgadas da alma que ainda não se apercebeu de que nem sempre a bola que jogamos virá até à nós de volta, e se vier pode ser que não venha com a mesma intensidade que tanto esperávamos.

É melhor considerar espaços para o sim e para o não ao invés de preenche-los tendo como base uma empolgação cheia de uma intenção quase que adolescente. A intenção dos apaixonados por aquilo que propõe à si mesmos, ou à vida e até aos outros, incluindo os outros em planos que só tem a ver com ele.

Acredito que há pessoas que correspondem melhor à essas idéias do que outras. Nem sempre coincide de serem as que amamos, mas não se pode mudar a curvatura da Terra só porque pensamos que isso seria o melhor. Há tarefas que são pouco recomendáveis nessa vida. Há coisas que não podemos fazer, senão por nós mesmos.

Anaís
Enviado por Anaís em 02/05/2012
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