Suicídio

Já não sei de tantas coisas... Se é sábado ou domingo, se sou eu ou um outro alguém. Talvez seja feriado no calendário, talvez eu tenha que parar. Parar de me cortar com o canivete, parar de fazer meu coração chorar. E na tristeza que não desaparece, a dor é bem maior do que parece. Hoje o meu inferno veio como que um touro e jogou-me contra o muro da existência.

De minha pequena janela observo a chuva, ela me acalma, mas a dor não passa, a dor é ácida e não quer calar. Febre, 40 graus de febre e frio. A vida não tem sentido algum e eu não consigo parar de pensar, pensar que existo.

Ligo o chuveiro, fecho os olhos pra não esquecer, mas, a dor não vai embora. Meus tornozelos doem e eu fecho os olhos pra não ver.

Aos poucos me sinto melhor, o mundo parece distante e vago... Não vejo nada, sinto frio, e no escuro dos meus olhos a dor parece ter ido embora.