Decadência do meu "Eu"

“Eu finalmente encontrei uma pessoa que realmente olhou para dentro de mim”, palavras que ouvi de um adolescente com deficiência visual. Senti-me abalado e ao mesmo tempo uma onda fria de pensamentos correu pelo meu cerne, isso me fez refletir sobre o tão quanto sou superficial. Vivo em buscar daquilo que no fundo não tem sentido algum. Minha carência e solidão não passam de uma conseqüência causada pela futilidade insensata adquirida por um modelo estereotipado do que é ser belo.

O aparente me causa uma sensação de devaneio, me fisga em um feitiço que paralisa a percepção de que existe algo muito mais importante do que um simples invólucro, isso me faz ser frívolo, insencível e às vezes até mesmo um crápula por devotar minhas perspectivas em algo tão pequeno, leviano, pouco profundo.

Eu renego isso em mim, mas quando me dou conta do que realmente sou, faço e me submeto por uma vaidade ininteligível, me sinto um ser humano dominado pelas baixas emoções e assoberbado por adjetivos medíocres.

Fernando L. Oliveira

Marcopolo
Enviado por Marcopolo em 10/05/2012
Reeditado em 13/05/2012
Código do texto: T3660668
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