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     Ao abrir a canastra onde guardo as lembranças, me pergunto onde foi parar o som daquela felicidade cristalina que estampava meus olhos e coloria tudo?
    Acaricio cada saudade, quero sentir outra vez o sabor das frutas de minha infância, o perfume da dama da noite que entrava sorrateiro pela janela do quarto me envolvendo e despertando.
    Com olhos fechados posso ver através do manto escuro da noite, um raio de luar. É quase um sonho, posso tocar cada momento vivido embalando a saudade...
    Um gesto, um cheiro, consegue mexer de um jeito tão intenso com os sentidos e me transportar no tempo.
    Quando acontece, me entrego totalmente ao momento e sinto os olhos marejados, um aperto no peito. Acho que não é tristeza, é talvez saudade do que não consegui viver.







 

 

Agradeço à poetisa Ângela Faria de Paula Lima, pela linda interação.


 
                           OS SONS DO PASSADO
               
                Aonde foi parar o som da alegria
                Que em meus olhos de criança coloria
                A minha vida e que lembro com saudade?

                No meu baú de lembranças vejo tudo
                Posso ainda tocar cada momento mudo
                E ver cada instante de felicidade

                Enquanto estou, nos guardados, remexendo,

                Vão os aromas do passado me envolvendo...


 
Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 12/05/2012
Reeditado em 14/12/2014
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