O OUTRO LADO DA HISTÓRIA( Que alegria tem a criatura que é submissa a uma situação permanente de reclusão?)

Não há justiça na relação entre dominador e dominado. Pensando assim jamais poderia concordar com o texto do professor Claudeci Ferreira :”O divórcio”. Que alegria tem a criatura que é submissa a uma situação permanente de reclusão...? Prisão é prisão, seja ela ornada em ouro ou não!

Do que adianta abrir as portas e permitir que o pássaro, “lindo canário,” se vá, se na verdade o massacre psicológico já foi implantado. “Pode ir, não será nada sem a sombra de minha proteção...” É lógico que um animal de cativeiro não tem preparo para a vida extra grilhões. Na verdade o aprisionado é o aprisionador, fiel a sua rotina de pão e água, por isso é capaz de abrir a gaiola, somente para regozijar-se com a possível derrota e retorno de sua cria.

“Toda ação gera uma reação...” E o final dessa história já é sabido. Fatalmente, e por forças das circunstâncias, mais cedo ou mais tarde o “animal” aprisionado preferirá a morte; se for esta a única maneira de se encontrar a liberdade.

Não existe tratamento capaz de compensar o desejo interior de ser livre. Em todo relacionamento, se houver submissão de uma parte, há consequentemente revolta, e a necessidade natural de vivenciar novas situações se tornará inevitável. O retorno do submisso, nada mais é do que uma engendrada manobra de fortalecimento e de reconhecimento de campo, com isso, armazena força para uma nova e mais distante escapada.

Então no exato momento em que o criador e opressor, abre novamente a porta, crente de que tem total domínio sobre a criatura, dando a esta a impressão de que é inferior e, portanto, tem por obrigação obediência e retorno... A criatura toma o mundo e saboreia cada vez mais o gosto doce da liberdade e isto se torna essencial, necessário. Daí para frente nada mais tem importância e toda construção criada em torno dessa situação se tornará ineficiente.

O pássaro não volta mais, prefere ser engolido pelo mundo e ser feliz pela escolha ou pela “morte,” do que ser consumido pelos longos dias de sua infeliz CONDIÇÃO-CRIATURA.

Uma crítica ao texto do prof. Claudeko. O Divórcio, publicado no DM, opinião pública do dia 12/05/2012. goias.

flavoide
Enviado por flavoide em 15/05/2012
Reeditado em 15/05/2012
Código do texto: T3668666