Felicidade

Alguns amigos dizem pra mim que não são felizes. Eu na minha condição de infeliz os entendo. Temos a mania de depositar todas as nossas responsabilidades, frustrações, carências nos ombros dos nossos queridos. E não é diferente com a nossa felicidade. É um dos maiores erros que cometemos.

É fácil atribuir fazeres, dizer o que deve ser feito ou como deve ser destruído, quando nós não sabemos o que fazer ou o que dizer. Jogamos um fardo no coração de quem esta ao nosso lado naquele momento. Até para o nosso bem-estar. E assim nos sentirmos leves, insentos da busca do que nos faz infeliz. Ai, muito facilmente, culpamos todos, acusamos Deus, nossos pais, filhos, marido ou esposa, pelas nossas insatisfações.

Não consigo enxergar felicidade plena ou um mundo sem problemas, e é de uma tremenda ignorância, de certa forma uma escapatória, dizer que aqui é o inferno e que na morte encontraremos o paraíso. Nós fugimos de nossas responsabilidades e criamos subterfúgios, para justificar nossos erros. Mas esquecemos que nós somos os criadores do nosso ninho. Nós criamos a guerra, a fome, a intolerância, e por conseqüência a infelicidade.

Vivemos em um ciclo vicioso de trocas de mazelas. Entregamos sempre ao próximo o que nos resta depois da fartura. Dividimos sempre os estragos, por que não sabemos o que fazer com eles, repartimos as alegrias por que não temos felicidade em nossas mãos, pois não se lembras delegamos a outro a concretização de nossa felicidade.

“Todas as minhas esperanças estão em mim”. Esta frase foi dita por um poeta romano de nome Horácio muito anos antes de Cristo. Mas o que o poeta quer nos dizer com esta frase? Se me permite tratarei escrever em tópicos o que ela quer dizer:

- Não responsabilize as pessoas pela sua infelicidade;

- Pessoas são possibilidades, e não expectativas.

Reflita.

Ricardo Simas
Enviado por Ricardo Simas em 02/02/2007
Reeditado em 26/03/2007
Código do texto: T367039