Momentos...

Acho que o meu momento se perdeu

As raízes foram traçadas em poucos espaços

E minhas celas veladas pelos teus toques

No meu fazer único e solitário viver

Fogos de artifícios secam e subtraem meus sonhos

Sonhos castros de um caminho sem vida

Olhos espessos de um calor singelo, fantasioso

Silencio...

Escuto pegadas

Passos longos entram em harmonia com o indecifrável

Meus ares não são os mesmos

Minha boca, só pedaço de fruta marcada

Queimo e sinto florescer cada sentido de chão, de átomo

Cacos se destroem

Luzes, para que luzes?

Cada sentimento foi rasgado, torturado, arranhado

Cada sombra resquício de um ser

O mato cobrindo as feridas

O ar se fazendo gente

Pequenos espinhos se formam dando lugar a doçura

Cego-me...

De repente o vento transforma-se num sussurro longo

Inexato...

Caminhos traçados de pura dor

Deflorando o mais intimo de todos os deuses

Restituindo a lasciva e o orgulho

Determinando o poder

A humanidade quebrando-se em teias

O paraíso se destruindo com a dor

O realismo subtraindo o ser

Nego-me a pensar, querer

Deixo de ouvir...

Andréa Mélo De Almeida Farias
Enviado por Andréa Mélo De Almeida Farias em 02/02/2007
Código do texto: T367041
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