Órbita

Às vezes parece que o mundo caiu de órbita

Tudo recai no mesmo

O mesmo olhar

A mesma dor

O mesmo sonhar

Parece única me vê assim

Pois saio pelas estradas a vê o momento

A vê cada segundo de tuas passadas

Sinto-me cega...

Pegadas do tempo me seguem...

Ressurge plena, vibrante, só.

Me deleito com a verdade...

Nada que faço me reanima

Nada que crio me sustenta

Sempre recaio no vácuo

Me transformo em corvo e olho as nuanças da vida

O chão que surge a minha frente é negro

Parte dele passam pegadas escuras

Tudo transgride a lei do ser

Ventos surgem

Sapatos me seguem

Tecidos se fecham

Pedaços se soltam

Nada é por acaso

Tudo é esquisito

Estou plena.

Sobrevivo.

Andréa Mélo De Almeida Farias
Enviado por Andréa Mélo De Almeida Farias em 03/02/2007
Reeditado em 08/09/2013
Código do texto: T368260
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