DO DINHEIRO QUE "NÃO TEM CHEIRO"

Um dos princípios do nosso direito tributário, sob a denominação dum termo latino "NON OLET", nos ensina que dinheiro não tem cheiro quando o mérito é tributação, e ainda, seja também o dinheiro de qual origem for, legal ou ilegal, se configurar uma renda auferida por qualquer fator gerador, há que ser tributado para os cofres do Erário.

Toda essa introdução para lançar um pensamento sobre um fato que me deixou, como cidadã brasileira, algo deveras constrangida e indignada.

Nenhum cidadão brasileiro minimamente consciente é capaz de ignorar o que acontece lá no Congresso Nacional no que tange à atual CPI do Cachoeira, aliás, depois dos acontecimentos mais recentes, mais parece mesmo a CPI da Cascata.

É só mais uma, nada de novo, portanto.

Mérito a parte, levei um susto quando vi o profissional que defende o suposto réu, segundo o que dizem, por uma quantia de honorários bem considerável, alguns milhõezinhos talvez.

MAS eu não acredito que seja o que dizem, seria escárnio demais.

De toda sorte, é justo, é da função do profissional cobrar o que a causa vale para o país.

Então, como se trata o defensor dum advogado FAMOSO, figura ilustríssima e ilibada do Direito Brasileiro, que já prestou serviço de honra ao mais alto cargo político de Direito do nosso País, eu pergunto: esses honorários advocatícios igualmente...não têm cheiro?

Ou está valendo o princípio do NON OLET,também para se defender o direito de defesa que qualquer cidadão brasileiro possui, inclusive o de pagar o seu advogado?

Penso que enquanto país, um dia haveremos de repensar todo nosso custo social advindo do altíssimo custo político, inclusive o valor dos IGUAIS MAIORES, já que tanto dinheiro desviado do povo serve também para pagar a defesa milionária das supostas cachoeiras que deságuam entre nós, sobre nossas cabeças, sempre bolso do povo abaixo...via receita tributária.

Fiquei surpresa e triste quando vi a que ponto chegamos nós em nome da Justiça a que todos temos direito...por Direito.

É muito preocupante tudo isso que vemos acontecer como se fosse um fluxo mais normal do mundo.

Por aqui, mais aplicável do que nunca o ilustrativo dito Bíblico:

"Nem tudo que posso me convém."