Banho de chuva...
Os dias por aqui já não estão assim tão quentes, porém a criança que habita em mim recusa-se a usar roupas e deseja a nudez mais intensa, a nudez ilimitada e dupla -- do corpo e da alma. Com esta eu já até posso lidar, sem muita dificuldade, aí saio tão suave que quase pairo. Não permito mais que me furtem ao acaso a paciência e olha como ela tem sido testada!
Vou torcer para que chova novamente no final da tarde e, mesmo com a garganta ameaçando ficar ruim, vou tomar bastante sorvete de flocos e pular nua, rindo, feliz da vida, ali no fundo do meu quintal. As paredes altas me livram dos possíveis curiosos e acho que, atrevida como ando, o faria ainda que se paredes não existissem. Sinto-me isenta de qualquer culpa, desejo só a felicidade e nenhuma interpretação (seja ela correta ou errada) tem mais a força de antes. Sequer a da minha própria consciência!
É esse o preço (altíssimo, mas, no momento, que pode ser pago) de se permitir ser independente e de ceder às suas vontades, ainda que o DEPOIS cause uma intensa gripe, uma garganta inflamada ou ainda uma pneumonia! Por vezes tudo isso vem sem termos feito bom uso do momento. Então, com licença, e que a chuva chegue, pois eu vou tomar um banho de chuva, ou melhor, um não, diversos!