Andando sem rumo pelo labirinto, até agora!

Quantas vezes eu já me senti meio que um porquinho-da-índia geralmente utilizado como cobaia! Sinto-me no meio de um enorme e dificílimo labirinto, o qual não existe saída, mas é possível amenizar a procura e a sensação repetida de se estar perdido tendo um minuto de prazer saboreando uma miserável parte de queijo. Caminho de um lado para o outro. Retorno para o mesmo local. Encontro-me nas variadas (im)possibilidades. Paro e descanso, para em seguida tornar a começar, desejando que eu não vá sozinha nesta caminhada: que a expectativa, ainda que pequena, me faça companhia.

Juro que gostaria de saber esperar, de ter paciência, de andar até o esgotamento. Aí eu me deitaria para mais uma vez repousar e ao olhar para o lado contemplaria o que eu tanto busquei, ali me esperando, como recompensa por eu não ter jamais renunciado e que isso não fosse efeito óptico! Contudo, a falta de paciência, essa minha grande algoz, é que é minha imutável camarada, quase sempre. E nessas horas tudo o que eu mais queria era me amotinar e roer todos os empecilhos, encontrando, assim, um caminho para atingir o meu destino.

Mas será que isso seria imparcial? Será que eu não me acharia meio mau-caráter, embusteira? Será que o queijo teria o mesmo gosto? Não tenho informação. Quiçá fosse apressada demais e isso fosse como comer um fruto ainda com sabor de verde, com gosto amargo e adstringente, e tudo o que eu gostaria era que um caísse do pé, sozinho, amadurecido, no ponto, delicioso, bem aqui nas minhas mãos. Então, na dúvida, continuo a explorar o labirinto, mesmo farta, um pouco cética, desesperançada, tentando crer que o queijo que me aguarda é um Minas de primeira qualidade (mesmo que não seja)!

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 28/05/2012
Código do texto: T3693357
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