Diário Acidental - Do “tom de voz”
Agora todos me vêem com essa do tom da minha voz. Muito mandão, insolente, me dizem. Ora pois (como diriam os portuga), se é completamente inconsciente! Deus me fez um ser mais que pacífico. Um bundão mesmo, daqueles que a primeira reação é sempre acreditar no outro, por mais desconhecido que ele seja e por mais inverossímil que a estória pareça.
Este tom insolente e inconsciente deve ser para balancear, pois se quando eu fosse tentar me impor ou argumentar (contornando minha índole pacífica para não abusarem) eu usasse o meu tom habitual, esganiçado e quase meigo, quem iria me ouvir? “Ah, é aquela molenga falando alguma coisa”. Então prefiro que seja “ a insolente exigindo mais uma vez”. E vai logo que eu tô esperando!