O monopólio da fé e da religão.

O monopólio da fé e da religão.

Sou Cristão e desde cedo me incomodou a mania que certas pessoas têm de se colocar como detentoras da patente definitiva da fé e religião. Essas pessoas normalmente são pródigas em julgar. Sempre consideram que a fé alheia é frágil – a deles sim é original e inquestionável. Esquecem-se que Deus é o ser mais democrático do mundo – e alheio às polícias e rótulos religiosos - enxerga além das aparências, dos vernizes, máscaras, ou qualquer outro subterfúgio. Ele olha direto para o coração dos homens e Seus ouvidos estão abertos igualmente para os livres e encarcerados. O Criador não faz acepção de pessoas, que como eu e você são imperfeitas, e sim de atitudes. Deus não resiste a um coração contrito, independente de quem seja seu dono.

Cresci ouvindo gente duvidando da fé de Sansão e Salomão. Igualmente cresci ouvindo pessoas rotularem os outros com desviados. Mas não vou ficar restrito à mentalidade de alguns protestantes, também não consigo entender essa intermediação, por exemplo, de que alguém ter que confessar seus pecados a um Padre, para ser perdoados. Entendendo que essa atitude tem pelo menos um efeito terapêutico. Mas seja aos “desviados”, aos religiosos com culpa no coração, Deus encontra-se com ouvidos abertos, pois nada nos poderá no separar do amor de Deus.

Não me esqueci de falar das polícias religiosas. Desde que o mundo é mundo o ser humano quer controlar o outro. Não estou falando da Teoria do Contrato Social que busca justificar a necessidade de regras da sociedade, e sim de como as pessoas gostam de controlar o outros, e muitas vezes fazer com que as pessoas que deveriam ser as mais amadas – vale lembrar que o amor é primeiro mandamento Cristão - sigam à risca o seu manual de infelicidade e moralismo vazio. Transformam a riqueza e abundância da fé em um Código Penal, no qual só existem condutas vedadas. Não contentes aplicar o que acreditam em suas vidas, ou transmitir conselhos e ensinamentos aos incipientes, querem, como os Cruzados, impor-lhes a fé por meio de espadas e por vezes até por chibatas, não na pele, mas na alma.

Agradeço a Deus por que da idade média só restaram os filmes de cavaleiros. Embora acredite que alguns religiosos e seus “líderes iluminados”, trazem consigo a vã convicção de ter o monopólio inquestionável da fé, no qual os fiéis são meros papagaios de pirata, claro que sem o mesmo senso de humor que normalmente demonstram aqueles animaizinhos simpáticos nos filmes.

Contagem, 24 de junho de 2012, 12:30