UM NÃO SEI QUÊ...

Um não sei quê vindo não sei de onde

Que percorre ruas sem nome e sem calçada

Um mistério que de corpo se vê nada

Um não sei quê dentro de mim se esconde

É uma dor que declama ansiedade

Que passa por mim sem vincular o rasto

Traça por si horizonte negro e vasto

Um não sei quê que sem o ver me invade

É um silêncio tão forte que me cala

É uma noite tenebrosa, é uma vala

Por onde escorre o sangue dessa dor

É manter-me de corpo inerte e absorto

Estando vivo simulo que estou morto

É um não sei quê parecido com o amor

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 28/06/2012
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