Quem sou Eu?


O vento milenar que sopra do poente
Tocou mais uma vez meu rosto.
Fui envolvida incondicionalmente por ele.
Luz na penumbra feita das areias do tempo.

O céu negro foi riscado por fogo azul.
Dele, feito de chumbo carregado,
Chuva grossa da água da vida
Mais uma vez me lavou.

Olhei estarrecida os séculos passando.
Vi marcas, células, falas, olhos e corpos.
Provei do gosto marcante do branco da eternidade,
Me retorci nos elementos que me cercaram.

Estiquei a mão, os dedos, a alma.
Toquei a energia primordial que me compõe e dilacera.
Pensei com o coração nos sentimentos da mente
Pulsar constante do que faz o que sou.

Vento de tempestade de todas as eras,
Crescendo e se movimentando ao meu redor.
Absorvendo e gerando a fagulha fatal e inevitável
Crescente de lua de fogo rompendo limites.

Qual maga treinada
Nos abismos etéreos e brilhantes,
Empunho espada oferecida
Àquele e àquilo que me enfrenta e fortalece.

Vou olhar nos olhos que me prendem. 
Vou absorver o ar que me dá vida.
Em meio a raios e trovões da minha tempestade essencial.
Cresço diante daquele que me desafia e orienta.

Seu amor.



Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 29/06/2012
Reeditado em 29/06/2012
Código do texto: T3751586
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