A Aurora da minha vida

Saudades da minha terra...

que súbita ousadia é essa?

Quero dialogar, brincar num leve parafrasear

Os oito anos de Casimiro de Abreu...

Ah que saudades que tenho...

de ouvir o galo cantar

Os cachorros anunciando o voo livre da aurora

e a meninada acordando de pé no chão, dançando sobre o orvalho...

Saudades daquela vida franciscana antes dos meus oito anos

lá no noroeste paranaense onde eu menina peralta, sonhava os primeiros versos de ciranda...

a sombra das bananeiras, embaixo dos laranjais!

Saudades da aurora da minha vida!

Aquela tarde de verão chuvoso

meu uniforme escolar

a camiseta de algodão branco

molhada e transparente... meu corpo de menina moça

os olhares daqueles rapazes

a pasta escolar colada ao peito como um escudo protetor

de repente ainda com a chuva caindo aquele por-de-sol

O Arco Íris...

Tirei os sapatos (congas azuis desbotados)

senti meus pés afundar na lama

soltei a pasta que me acorrentava

corri feliz pela estrada de terra batida em meio aos cafezais

e nunca mais parei aquela carreira...

seguimos eu e o Arco íris vida a fora

brincando de esconde esconde

Hora ele batendo cara ora eu!

Lúcia Martins Peixoto

Lúcia Peixoto
Enviado por Lúcia Peixoto em 02/07/2012
Código do texto: T3755678
Classificação de conteúdo: seguro