A criança perdida no telhado
A criança em mim há muito se perdeu, se em trevas ou sorrisos, não o sei. É certo que havia silêncio e nesse silêncio um céu cinza se desdobrava como se pedisse que lhe colhessem os pingos de chuva. O sol mal se iluminava e pouco aquecia. Ainda se via a lua navegando sem rumo. A escuridão no horizonte, fina se desfazendo com o simples toque da luz.
É certo que crianças crescem e enquanto a infância lhes falece no corpo, se esvai muito lentamente na alma. E a minha criança morava numa casa de muitas escadas, todas sem corrimão...