Do amor-próprio

O egoísmo é o adubo do amor-próprio. Não existiria individualismo sem amor-próprio. Quem não possuísse amor-próprio (digo quem realmente não possuísse, e não quem simulasse não possui-lo) seria incapaz de obter qualquer prazer do individualismo. O contrário dessa assertiva me pareceria ilógico. Portanto, amor-próprio. Doentio em grande parte dos casos, mas enfim, próprio. Ou, contrariamente, amor-impróprio... sim, talvez. Seria uma boa definição. Aliás, como toda interpretação para o amor, atualmente. Todas as nossas ações são puro egoísmo, eis aí uma regra inexorável. Alguém que se sacrificasse por outra pessoa somente o faria por alcançar alguma espécie de prazer na idéia desse sacrifício. Quem negaria isso? Basta analisar um pouco sua própria humanidade. Assim, toda nossa adorável fé judaico-cristã está fundamentada numa interpretação visceralmente hipócrita da natureza humana.

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 09/07/2012
Reeditado em 11/07/2012
Código do texto: T3768191
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