Diga-me porque!

Teu nome parece canção em meus lábios e quando escrevo-o, a letra sai mais bonita.

fomos nós que escolhemos tudo isso.

Preferimos a solidão às noites de beijos interminavelmente calorosos e deixamos de fazer amor ao ar livre, tendo a lua como única espectadora e partirmos. Partimos porque doeu, doeu tanto que nós duas, grandes covardes indignas de aplausos, resolvemos fechar os olhos para a dança perfeita que nossas almas faziam. Nós nos deixamos para trás e sequer percebemos. Então diga-me, amor, por que ainda insistimos nisso? Por que nos crucificamos a cada raiar do dia? Diga-me por quê?

Você permaneceste ausente quando o que eu mais precisava era que teus olhos pintados de mel, cheios de ternura velassem meu sono. Preciso dos teus lábios de fogo beijando-me a face e fazendo arder minhas têmporas. Preciso de tuas mãos, tocando-me e excitando-me a cada deslizar sobre minhas coxas. Desejo-te feito fera… mas não te sinto, não te ouço, não te toco. Onde estás? Diga-me.

O sol multiplica-se no céu e eu não te vejo. As lágrimas secaram amor, e ainda assim eu não te vejo. A lua esconde-se, as estrelas caem, eu morro, e continuo a perguntar-me onde estás.

Essa tua ausência tortura-me todo esse tempo mas quase sempre é ela que me faz companhia quando falta o cobertor. A mesma dor que um dia tentamos expulsar é a única que me mantêm viva aqui.

Lembro-me de ti, vou à rua e fito as estrelas brilharem no céu e isso sufoca-me, e mata-me, arranca-me o ar, sem que haja qualquer resquício de piedade.

Perdoe-me, acho que estou bêbada.

Meu quarto cheira a eucalipto e meu corpo cheira a ti.

Mahh Sanders
Enviado por Mahh Sanders em 12/07/2012
Código do texto: T3774065
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