AO LONGE...

Ao longe…

Onde a penumbra tem assento perpétuo

E a ira dos ventos não se sente

Onde o amor vegeta

Por se sentir impotente para encurtar distâncias

Ao longe não sinto o som da tua respiração

Nem o desenho dos teus braços

Quando acabas de voltar de um sono retemperador

Nem o erguer do teu corpo

Numa cama onde te deleitas na vivenda do isolamento

Ao longe…

Onde o sol nasce todas as manhãs

E a aritmética terrestre quebra as linhas do horizonte

Ergues as mãos numa inútil tentativa de chegar às minhas

Não te vejo

É a brisa que me trás boas novas de ti

É na brisa que depositas os teus lábios

Na ânsia de chegar aos meus

É à brisa que confessas

Que afinal o longe não é assim tão perto!...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 28/07/2012
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