AO LONGE...
Ao longe…
Onde a penumbra tem assento perpétuo
E a ira dos ventos não se sente
Onde o amor vegeta
Por se sentir impotente para encurtar distâncias
Ao longe não sinto o som da tua respiração
Nem o desenho dos teus braços
Quando acabas de voltar de um sono retemperador
Nem o erguer do teu corpo
Numa cama onde te deleitas na vivenda do isolamento
Ao longe…
Onde o sol nasce todas as manhãs
E a aritmética terrestre quebra as linhas do horizonte
Ergues as mãos numa inútil tentativa de chegar às minhas
Não te vejo
É a brisa que me trás boas novas de ti
É na brisa que depositas os teus lábios
Na ânsia de chegar aos meus
É à brisa que confessas
Que afinal o longe não é assim tão perto!...