TU SABES...
Que doce é a melancolia da planície
Branca de malmequeres
Cor do teu rosto quando estás lívida
Vermelha de papoilas
Cor dos teus lábios sedentos de beijos
Tu sabes…
Tu sabes que a neve que cobre as montanhas
É o manto branco que te abriga o corpo
Da fogueira interior que te mantém inquieta
E te rouba horas de sono numa angústia redentora
Tu sabes…
Tu sabes que o sangue que te corre nas entranhas
É como um rio que transborda as margens
Solto na revolta de se sentir amordaçado
Porque parado não é mais que um pântano
Moribundo e agarrado a raízes sem esperança de vida
Tu sabes…
Tu sabes que ser livre é ser vida
É voar e poder beijar as estrelas
É dominar o éter como se fosse o nosso espaço
É rir e chorar num único acto.
É morrer sem pedir permissão
Tu sabes, mulher adormecida.